A
jornada dia-a-dia. |
![](fotos/forum/05dd9.jpg) Segue
aqui um relato abrangente da jornada pela Normandia saindo de Paris.
Assim como em tempos de guerra, nossas acomodações
e maiores confortos foram poucos ao longo da aventura, com poucos
banhos e nenhuma cama macia para dormir, o que nos deu uma idéia
remota porém realista do que os soldados passavam realmente
durante a guerra, ajudando a recriar o clima da época...
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31/5:
chegada em Paris. |
![](fotos/forum/05dd.jpg) Nossa
equipe de filmagem foi composta pelo diretor Victor Lopes, pelo
fotógrafo Jaques Cheiuche e por mim. Nossa viagem à
França foi compartilhada com uma comitiva da FAB, composta
pelo comandante do 1º Grupo de Caça Coronel Osmar, ex-combatentes
do Senta a Púa: Brig Moreira Lima, Telles e Col Goulart,
pelo adido da aeronáutica Brig Osmar e pelo editor Sandro
Adler, que nos acompanharam até o encontro com Pierre Closterman
para assim homenagear o único brasileiro conhecido que participou
do Dia D.
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![](fotos/forum/052dd9.jpg)
O tempo estava chuvoso. Mesmo assim, foi um prazer inenarrável
dirigir “Gisele” pelas ruas da Cidade Luz. Em Paris,
ficamos regiamente hospedados no histórico hotel George V,
com todo luxo e conforto, o que muito nos preparou para a jornada
de guerra adiante… Fizemos uma longa reunião de produção
e nos preparamos para acordar cedo no dia seguinte, rumo ao sul
da França, para entrevistar o brasileiro no Dia D: Pierre
Closterman. |
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1/6:
O encontro com o brasileiro no Dia D! |
![](fotos/forum/05dd2.jpg)
Partimos de Paris de manhã cedo até Perpingnan, uma
hora de vôo. Fomos recepcionados logo ao descer do avião
pelo Closterman em pessoa, que recebeu a comitiva brasileira efusivamente.
Rumamos para um hotel que ele reservou para que pudéssemos
conversar e almoçar. O clima era de total informalidade.
Mais tarde, fomos para a residência do Closterman, onde fizemos
uma entrevista longa e muito emocionante com ele, especialmente
para o nosso documentário. O Comandante Closterman é
uma pessoa dotada de sensibilidade extrema e um carisma sem igual.
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Suas
palavras são de uma sinceridade e profundidade incríveis,
baseadas em suas muitas experiências de vida, na guerra e
na paz. Ao fim da tarde, chegou à casa do Closterman a comitiva
da FAB, para prestar as homenagens ao participante do Dia D, nos
sessenta anos de comemorações. Além da homenagem
da Prefeitura de Curitiba, Closterman recebeu um título de
“caçador honorário” do 1º Grupo de
Caça, o famoso “Senta a Púa”, além
da mais alta condecoração da Aeronáutica, a
Medalha Santos Dumont. Deixamos a comitiva da FAB sob as atenções
do Closterman e corremos para o aeroporto, rumando de volta à
Paris no mesmo dia, pois na manhã seguinte, finalmente partíamos
para a Normandia… |
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2/6:
Rumo à Normandia! |
![](fotos/forum/05dd8.jpg) 05:30.
Ao toque de alvorada, zarpamos para o norte de Paris rumo
a Senlis, para encontrar com o Clube de Veículos Militares
Antigos de Picardie, do nosso amigo Claude Bourcilier. Nesse momento,
nossa equipe recebeu o jornalista Caco Barcelos, "apenas mais
um dos muitos" jornalistas que foram cobrir o evento na Normandia.
Ao chegarmos na cidade de La Croix Saint Ouen, fomos recepcionados
pelo prefeito e autoridades locais, onde nos ofereceram um café
da manhã e depois proferiram um discurso de boa viagem. O
grupo era bem numeroso e todos estavam super bem caracterizados
como soldados da Segunda Guerra. Formamos um comboio com cerca de
oito veículos. Nessa ocasião, um jeep com brasileiros
vindos de Lisboa, dirigido por Renato Salles, se juntou ao comboio.
Mais brasileiros no Dia D!
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A
jornada foi longa, sendo que “Giselle” apresentou um
pequeno problema. Depois de várias tentativas de identificar
o que acontecia – o jeep perdia potência em alto giro
– descobrimos que era apenas o filtro de gasolina que estava
entupido. Resolvido o problema, “Giselle” se comportou
maravilhosamente por toda a jornada. Um frio de inverno e uma fina
garoa acomopanharam todo caminho. Como nessa época ainda
é dia às oito da noite, chegamos no local do acampamento
– a praia de Utah, em Saint Marrie Du Mont, quando ainda era
claro. |
![](fotos/forum/052dd5.jpg) |
![](fotos/forum/052dd6.jpg) |
Enquanto
a turma do Claude montava acampamento, resolvemos alguns problemas
para alojar nossa equipe e conseguir um local seguro para
o equipamento de filmagem. Acabamos ficando alojados numa
sala de imprensa do exército americano. Pudemos ainda
rodar algumas cenas nas areias da praia Utah, onde desembarcaram
as primeiras levas de soldados às 6:30 da manhã
no Dia D. |
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3/6:
Reconhecendo o local e Pegasus Bridge |
![](fotos/forum/05dd1.jpg) Logo
pela manhã, saímos para o pequeno centro de Saint
Marrie Du Mont, uma agradável vila, com uma igreja medieval
no centro da praça. Tivemos uma clara idéia do movimento
de pessoas que já circulavam em grande fluxo pelos pontos
de interesse. Muitos grupos estavam caracterizados em uniformes
americanos e ingleses. Foi emocionante quando um músico começou
a tocar temas tradicionais numa gaita de fole, chamando a atenção
de todos.
Filmamos em vários pontos em Utah, onde pela primeira vez
vimos vários bunkers alemães na beira da praia. Pointe
Du Rock e Omaha Beach.
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Fomos
então na direção da praia Omaha, passando pelo
conhecido Point Du Rock, local onde os americanos escalaram um penhasco
de 30 metros para desalojar baterias de canhões alemães.
O local possui um sem número de crateras dos bombardeios
aéreos preliminares ao desembarque. Mais adiante, chegamos
á praia de Omaha, na localidade de Verville, onde a maré
baixa permitiu que andássemos de jeep por um longo trecho.
Também subimos as encostas onde havia os bunkers alemães.
Muitos monumentos fazem alusão aos eventos do Dia D e as
divisões do exército das nacionalidades envolvidas. |
4/6:
Caen e Pegasus Bridge |
![](fotos/forum/05dd12.jpg) Partimos
cedo em direção a cidade de Caen, onde pegamos nossas
credenciais de imprensa. Nas imediações da cidade
está a ponte Pegasus, assim batizada depois que soldados
da brigada aerotransportada inglesa conseguiram tomá-la intacta
dos alemães, no primeiro tiro disparado no Dia D. Entrevistamos
vários veteranos e conseguimos depoimentos emocionantes.
Voltamos para nosso acantonamento (termo para local coberto para
dormir no chão), passando pelas praias Sword – onde
desembarcaram os canadenses, na localidade de Merville, seguindo
para Oistreham, onde começava a praia Juno, local de desembarque
das forças inglesas. Não conseguimos chegar em tempo
de filmar com luz na praia Gold, em Arromaches, onde estão
os restos do porto artificial Mulberry B, onde voltamos no dia 7/6.
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5/6
Saint Mérre Eglise |
Este
tranqüilo lugarejo e conhecido ponto é o local onde
os primeiros paraquedistas americanos foram lançados, no
qual um episódio até hoje é lembrado: o paraquedista
da 82ª Brigada, John Steele, ficou preso na torre da igreja,
sendo depois capturado pelos alemães. Ele sempre voltava
ao local em vida, por muitos anos depois da guerra, para relembrar
os acontecimentos. Um clima de carnaval enxia as pequenas ruas da
cidadezinha, totalmente congestionada. Uma cerimônia em praça
pública estava sendo realizada para os veteranos que compareceram
aos festejos. Um legítimo Douglas Dakota C-47 – avião
usado na época para lançamento de paraquedistas -
fez várias passagens sobre o local durante a cerimônia
. Na volta para nosso acampamento, passamos por vários check
points de segurança, pois nesta mesma noite já haveria
vários eventos para comemorar a zero hora do dia 6/6…
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6/6:
Dia D! |
Nessa
manhã, dividimos a equipe em dois grupos: eu e o fotografo
Jaques Cheuiche seguimos para Carentan, onde haveria uma parada
de veículos militares antigos anunciada meses antes pela
MVPA. Victor Lopes e nosso produtor, Antoinne Laguerre, seguiram
para o local dos festejos oficiais, em Arromanches. Ao chegar em
Carentin, documentamos uma coluna de tanques da Segunda Guerra entrando
na cidade em grande estilo! Um sósia do general George Patton
desfilava em carro aberto. Foi um verdadeiro deleite para os entusiastas
em veículos militares antigos! Victor Lopes registrou instantâneos
das cerimônias oficiais, onde se encontravam os mais importantes
líderes mundiais, com muitas surpresas para quem assistir
ao nosso documentário quando estiver finalizado…
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7/6:
Arromanches e Coleville. |
![](fotos/forum/053dd13.jpg) Mesmo
passado o Dia D, uma quantidade enorme de pessoas ainda circulava
nos locais da Normandia. Seguimos para o conhecido cemitério
de Coleville, de beleza sem igual. Finalmente, pudemos filmar os
restos do porto Mulberry, em Arromanches, uma obra de engenharia
de tamanho indescritível.
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8/6:
Volta a Paris! |
9/6
Volta ao Brasil! |
Madrugamos
para seguir de volta a Paris, onde filmamos em alguns pontos
conhecidos, como o Trocadero e a catedral de Notre Dame. O
melhor foi poder nos recuperar nas dependências do suntuoso
hotel George V, com banhos quentes e camas macias…
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Passamos
o dia na contagem regressiva de volta ao Brasil. “Giselle”
foi despachada de volta, ainda com a poeira e as areias das
praias da Normandia impressas em sua lataria. Este jeep corre
o risco de nunca mais ser lavado! |
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Aguardem
pela apresentação do documentário “Um Brasileiro
no Dia D"! |
Agradecemos
a todos que nos apoiaram nesta jornada incrivel: VARIG e
VARIGLOG, com o apoio nobilíssimo do Comandante
Edson Chaves e da alta diretoria da empresa; AMIL e
Mário Bronstein; FAB: Brigadeiro Telles e toda equipe do
1º Grupo de Caça e da comitiva dos veteranos do Senta
a Púa! EMBRAER: levou a equipe até a cidade onde mora
Piére Closterman; HOTEL GEORGE V, PARIS, na pessoa de Jayme
Drummond, que nos ofereceu apoio em nossa curta estadia em Paris. |
VISITA
AO PARQUE DE MANUTENÇÃO DO COMANDO MILITAR SUL-SANTA
MARIA, RS |
O CVMARJ foi recebido pelo TenCel Sérgio, por ocasião
da visita do seu presidente, João Barone a esta unidade
do E.B.
Pudemos constatar um grande número de viaturas de valor
histórico, como um Sherman M4A1, Um raro resgate Sherman,
Stuart M3A1, trator M5A1, caminhões GMC de vários
formatos, um M-8 bem descaracterizado e um raro seis rodas
T-17, além de um reboque La France. |
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A
nota feliz é de que estes veículos estão
em condições de rodagem, necessitando de
pouco trabalho de restauro e manutenção. |
![](fotos/forum/smaria4.jpg) |
![](fotos/forum/smaria6.jpg) |
![](fotos/forum/smaria7.jpg) |
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A
nota triste é que estas viaturas estão sendo
redirecionadas para servir de enfeite em jardins nos quartéis
de outras unidades do E.B. na região, pois o Parque
de Manutenção precisa de espaço para
os blindados que estão sendo enviados do Rio para novos
postos na região Sul. |
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O
CVMARJ já entrou em contato com o departamento histórico
do E.B, para tentar intervir no destino destas viaturas, inclusive
retomando a idéia do museu vivo de veículos
militares. Esperamos que aconteça algo no melhor sentido,
para preservação destas viaturas históricas. |
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contato@cvmarj.com.br
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