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SUGESTÕES
PARA RESTAURO E CARACTERIZAÇÃO DE VEÍCULOS
MILITARES "INIMIGOS" |
Como todos sabemos, é mais fácil encontrar Papai
Noel do que um veículo militar do "Eixo" da Segunda
Guerra rodando por aqui. Pensando nisso, resolvemos sugerir algumas
idéias de veículos "civis" que foram usados
pelas forças do Eixo durante o conflito, que podem ser
facilmente caracterizados, uma vez encontrados entre veículos
antigos a venda aqui no Brasil. |
Alguns veículos do final dos anos 30 foram muito usados
pelos alemães e italianos, como o Fiat Topolino e a Mercedes
170, além de vários modelos de carros da Opel e
mesmo o conhecido Citroen. Até mesmo o Fusca teve versões
militares, inclusive uma versão 4x4, o Type 87 ( registros
oficiais indicam que apenas 4 foram entregues ao Afrika Korps
no início das operações no Norte da África
), além de muitos terem sido usado como carro de ligação.
Devido a falta de matéria prima e dificuldades na produção
de veículos, durante a guerra, qualquer carro poderia ser
confiscado pelas forças do Eixo, para uso em operações
diversas, como carro de ofical, de ligação, retirada
de feridos, etc. Não é difícil fazer uma
pesquisa para descobrir versões "militarizadas"
de veículos civis usados na guerra, em especial, nos sites
de plastimodelísmo e miniaturas. Até 1943, todos
os veículos militares alemães eram pintados de cinza,
o conhecido "Panzer grey". De 43 em diante, já
saiam de fábrica pintados em amarelo areia, conhecido como
"Dark Yellow". Isso era válido para veículos
civis confiscados para uso militar, que eram pintados e recebiam
alguns acessóriso, como as luzes militares "Notek". |
Teoricamente, qualquer veículo fabricado
em terras européias no final dos anos 30 até 1943,
poderia ser requisitado e usado pelas forças do Eixo
(Itália e Alemanha). Aí se enquandram os Opel,
Ford, Chevrolet, Tatra, Renault, Citroen ou qualquer marca ou
modelo possível. Quando havia tempo e disponibilidade,
eles eram pintados com as cores militares e recebiam uma placa
e marcas divisionárias (capítulo bastante amplo).
Saibam que o sistema de marcação usado pelos alemães
era muito eficiente e fácil de entender. No mais, estes
veículos mantinham suas características internas.
Desnecessário dizer que não haviam partes cromadas...
Quem
quizer pintar algum dos veículos sugeridos aqui em versões
"militarizadas" alemãs, basta fazer o velho processo
de copiar a cor "Panzer Grey", "Dark Yellow",
"Dark Brown"(camuflagem) e "Field Green"(camuflagem),
usando tintas de plastimodelísmo da marca Testors ou Tamiya
como modelo para a tinta automotiva. Lembrete: até 1943
- veículos alemães eram "Panzer Grey".
De 43 em diante: saiam de fábrica em "Dark Yellow
" e recebiam camuflagem em dois tons - Dark Brown e Field
Green - executadas pelas tropas. |
VEÍCULOS
CIVIS MAIS COMUNS USADOS PELO EIXO NA S.G.M. |
MERCEDES
170 - a versão anos 30 era 6cil gasolina. A versão
pós guerra era externamente igual, mas havia uma versão
diesel (anos 50). |
Mercedes
170 "militarizada" em Panzer Grey. Notar a luz
Notek no para-lama esquerdo. As barras brancas pintadas
servem para ajudar a ver o perfil do veículo a curta
distância (sob neblina ou no escuro, p. ex. Válido
para qualquer veículo). |
Miniatura
de Mercedes 170 do Afrika Korps |
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VOLKSWAGEN
TYPE 11 - O Fusca em versão militar. Notem que
este recebeu numeração dos aliados depois de capturado.
O Type 87 era 2x4 e o 97 era 4x4 (poucos foram fabricados), usando
o mesmo chassis e trem de suspensão do Schwimwagen. Os
Fuscas de vidro traseiro bi-partido dos anos 50 podem render uma
boa versão do Type 87, mesmo com algumas diferenças
na estamparia da carroceria e detalhes menores (lanternas, parachoques,
etc). |
Uma
foto do raro Type 97 4x4, dos poucos entregues ao Afrika Korps.
Notar os pneus para areia e o teto solar, que permitia o uso
de uma metralhadora MG-34 ou 42. Este Fusca está pintado
em "Panzer Grey", mas havia versões camufladas
ou apenas em "Dark Yellow". |
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Vista lateral de um Type 51 "staff car",
que tinha a suspensão bastante levantada |
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Estas
fotos são de um arquivo da Vauxhall inglesa, que fez um
"raio x" do Volkswagen assim que a guerra havia acabado.
Havia uma verdadeira diversidade de modelos do fusca, como o Type
60, que tinha o chassis do kübelwagen, o Type 82 e 82E, todos
estes, sub modelos do Type 11 e Type 51, que eram as versões
civis do "carro do povo", tão propagandeado pelos
nazistas... |
O
motor era de 1090 cc. O interior muito tosco. |
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Detalhes do interior. A maioria não tinha banco traseiro. |
VW Type 87 em "Panzer Grey", no museu da VW em Wolfsburg,
Alemanha |
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FIAT
TOPOLINO |
Aqui
mostramos uma rara foto do acervo do Ricardo D´Avila, enviada
pelo Roberto Amboni, de um Fiat Topolino, capturado pela FEB,
onde se vê uma marca tática alemã sob o farol
dianteiro (possivelmente, transporte de oficial ou veículo
de ligação).
Fiat
Topolino capturado pela FEB...
É provável que a cor deste Topolino seja o "Dark
Yellow" alemão, parecido com areia. O dark Yellow
era obrigatório de 1943 em diante para todas as viaturas
militares, que podiam ( ou não ) receber uma camuflagem
em dois tons: marrom (Dark Brown) e verde (Field Green). A tinta
solúvel em água, gasolina ou até urina(!)
era enviada com o veículo na saída da fábrica
e as próprias unidades se incumbiam de fazer a camuflagem,
usando compressores ou mesmo pincéis para o servíço.
A poeira fina de calcário do solo europeu deixava qualquer
veículo nessa tonalidade clara, como se vê no jeep
da mesma foto.
Um
Topolino com cores militares e alguma marcação alemã
ou italiana pode ser reproduzido com facilidade. Alguns Topolinos
ainda podem ser encontrados aqui no Brasil (chegaram muitos nos
anso 50), sendo que os fabricados imediatamente após a
Segunda Guerra são muito semelhantes aos modelos usados
durante o conflito. Em geral, estes veículos "requisitados"
pelas forças de ocupação alemãs recebiam
além da pintura militar, uma luz de black out conhecida
como Notek, tanto na dianteira esquerda como na traseira.
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A
LUZ DE BLACK OUT E COMBOIO ALEMÃ "NOTEK" |
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Notek
era o nome do fabricante patenteado destas lanternas. A dianteira,
tinha um formato de "capacete", para jogar a luz
apenas para baixo.
A traseira, tinha dupla função: possuia uma
portinhola manual que, presa em cima, deixava à vista
as luzes de comboio. Quando colocada para baixo, deixava livre
as luzes de freio e da placa.
Detalhes da luz Notek traseira ( posição de
comboio) e da luz Notek dianteira.
A lanterna dianteira era na cor do veículo. A traseira,
em geral era preta.
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Em
breve, estaremos disponibilizando reproduções
destas lanternas, caso apareçam alguns interessados
em obtê-las.
Exemplo da luz Notek na traseira esquerda de um Kübelwagen,
sobre a placa. |
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UM
Ford GP 1941 chegou em nossas praias! |
Agora
já pode ser noticiado: um raro exemplar de Ford GP
está entre nós! Este raríssimo exemplar
da fase de pré-produção do jeep chegou
ao Brasil, vindo dos EUA, depois de uma operação
minuciosamente planejada, até chegar no Rio de Janeiro
em abril passado. Seu proprietário é o presidente
do CVMARJ, João Barone, que realiza o sonho coletivo
de todos os entusiastas em jeeps no nosso pais: ver um legítimo
Ford GP rodando por aqui! Por obra do destino, o jeep foi
achado num anúncio da revista Suply Line, da MVPA,
onde um certo John Ferry, estava fechando seu negócio
de veículos militares e se mudando para o Brasil... |
Descobrindo
como são as exigências para importar um veículo
antigo através da FBVA, contratou-se os serviços
do importador Sérgio Valente. Desde
já, caso alguém queira saber como fazer uma
importação deste tipo, basta entrar em contato
com a Federação Brasileira de Veículos
Antigos ou então com o próprio Sérgio
Valente, pelo e-mail : svalente@uai.com.br
O jeep está em excelente estado, já tendo
iniciado a restauração, que promete ser pouco
trabalhosa, uma vez que o GP está bastante íntegro,
como pode se avaliar pelas fotos. |
Motor,
câmbio e suspensão estão praticamente
prontos, faltando apenas a ligação destes
setores e uma lanternagem leve, além de detalhes
menores de acabamento para que o GP fique em perfeito estado.
Será um dos mais raros jeeps a rodar no país,
juntamente com o Bantam BRC-40 do Rodolfo Lourenço
(PR). |
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Ford
GP (G=Government, P=Passenger)
Motor: 4cil, 45HP
Total de produção: 3700 unidades, sendo
50 com rodas traseiras estersantes (muito raros).
Pequenas mudanças no acabamento ao longo do
período de produção: parachoque
dianteiro grande no iníco, menor depois. Um
suporte de borracha no centro do capô no início,
dois no final, além de detalhes menores. |
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O
SCOUT CAR DO CVMARJ! |
Eis
que surge mais um raro veículo nas fileiras do CVMARJ:
um legítimo M3A1 Scout Car!
O Scout veio em troca da Dodge WC-51 do João Barone,
depois de negociado com o Serjão, em Curitiba. Negociante
de veículos antigos, operando na Serjão Viaturas,
ele sempre tem algum veículo interessante em seu
"acervo", esperando por algum apaixonado.
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Em
geral, caminhões e veículos mais pesados que
deram baixa do exército, como Mercedes "Boomerang",
Chevrolets, Fords e algumas Dodges WC e M-Series. (contato
do Serjão: 41-555-2155) |
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O Scout Car foi cuidadosamente restaurado com seu motor
de 87hp Hercules JXD 320 6cil original, estando super íntegro.
Já foi providenciado o conjunto de relógios
para restaurar o painel ao estado original. Ao que tudo
indica, este veículo foi pouco rodado, visto seu
excepcional estado de conservação. |
Ficha
do Scout M3A1
clique
para ampliar |
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Cerca
de 21 mil Scouts foram produzidos de 41 até 44. Foi
o primeiro blindado a ser produzido em massa para o exército
americano. Mesmo com uma performance pouco elogiosa, o Scout
foi muito usado em todos os teatros de guerra, servindo
para a evolução de outros modelos de blindados
leves e altamente móveis, como o Half Track e o M-8.
O rolo usado na dianteira do Scout foi criado para transpor
valas e obstáulos. Mesmo assim, sua performance fora
de estrada era muito limitada, devido ao seu peso de quase
5 toneladas, atolando as rodas traseiras facilmente. |
Com blindagem leve e assoalho de alumínio, o Scout
acabou sendo usado mais na retaguarda como veículo
de apoio. Com uma metralhadora .50 e 2 .30 que rodavam em
um trilho ao redor da carroceria, o Scout era uma plataforma
com alto poder de fogo. Muitos operavam c/ rádio,
podia levar até 8 integrantes, incluindo o motorista.
Em
breve o Scout do CVMARJ estará rodando pelas ruas
do Rio em grande estilo...
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